BIOGRAFIA
Sou uma artista plástica que transita entre superfícies e sensações, transformando telas, papéis, tecidos e tudo o que me inspira em arte. Na década de 90, minha expressão se expandiu para a estamparia, e passei a colorir o mundo em lenços e roupas, criando uma estética que me define.
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Minha busca incessante, marcada por uma inquietude criativa, resultou em técnicas próprias. Uso texturas, borras de café, marcas e sulcos profundos nas minhas obras, como se fossem cicatrizes, refletindo uma necessidade visceral de esgotamento. Há sempre uma dramaticidade nas minhas criações, um fascínio pelos mistérios da vida e pela estética que me envolve.
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Fiel às cores e às nuances da existência, também trabalho com emulsão de cera de abelha, criando brumas leves, quase translúcidas. Essas pinturas sugerem o invisível, convidando o observador a desvendar o que não está imediatamente exposto, criando uma atmosfera de mistério e encantamento.
Minha arte é uma conversa constante entre o visível e o oculto, entre o dramático e o sutil, sempre em busca — mesmo sem saber ao certo o que vou encontrar.
"Quando a conheci, numa mostra de arte, era uma menina, quase moça, bonita e solar, foi me apresentada e os dois falamos "muito prazer" sem mais. Não sabia do seu gosto pelas artes ou por qualquer outra coisa – mais tarde, anos depois, vi algumas telas de uma moça e lendo o nome: Christiane Grigoletto, no meu arquivo mental um despertador orgânico levou minha memória a adolescente bonita que foi me apresentada no vernissage de anos antes.
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Uma pintura diversa, na corrente dita "contemporânea" com certa textura de reboque elitizado, quase monocromática, criando uma tranquila provocação. Nos meus sessenta anos de trabalho em um percurso universal tive a necessidade e a possibilidade de admirar e detestar um universo eclético e mafioso de manifestações visuais. Nesta exposição da Christiane não consegui ligar a moça tranquila que tinha conhecido com esses quadros fortes e provocativos – lembrei Leonardo da Vinci que em momento de amenidades falava com seu amigo Pico: "procure nas manchas das velhas paredes que na sua umidade encontrarás formas diversas criadas pelo acaso do tempo".
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Nos quadros da minha amiga Christiane, claros, de textura irritada e casual, encontrei a confirmação desta famosa frase do genial múltiplo artista– o fazer de Christiane continua fiel a seu percurso estético, mas na sua maturidade profissional suas telas possuem um cromatismo sedutor, uma composição tenuamente colorida num admirável equilíbrio visual e justamente com méritos e elogios está com exposições no exterior, Parabéns."